Tipos de Cirurgia Oncológica
O desenvolvimento da Cirurgia Oncológica permitiu que saíssemos de uma era de ressecções amplas e mutiladoras até o atual status de Cirurgia Minimamente Invasiva e Preservadora de Estruturas, sem decréscimo da radicalidade oncológica necessária para a cura da doença.

W.S. Halsted

Cirurgia Oncológica, seus conceitos e sua história ;
Considerado o pai da Cirurgia Oncológica como especialidade, William Stewart Halsted foi um cirurgião norte-americano que estabeleceu os primeiros conceitos sobre ressecabilidade, radicalidade e disseminação do câncer.
Durante os idos do final do século XIX, Halsted iniciou com as ressecções radicais em Câncer de Mama, obtendo algum sucesso inicialmente.
No entanto, começou a notar que quanto maior se tornavam suas ressecções, no intuito de deixar o mínimo de doença possível, suas estatísticas de sobrevida não refletiam seus esforços.
Foram necessárias décadas para se perceber que Halsted lutava contra um inimigo microscópico, que só seria adequadamente combatido com o uso associado da Quimioterapia e Radioterapia, o que permitiu inclusive, que a radicalidade de sua cirurgia diminuisse.
Hoje em dia, as Mastectomias "a Halsted" são raramente praticadas nas escolas de Cirurgia Oncológica.
Mastectomia Radical
Técnica de Halsted
Cirurgia Oncológica nos dias de hoje;
Atualmente, com o avanço das drogas quimioterápicas e novas modalidades de tratamento radioterápico, acontece um fenômeno de diminuição da radicalidade cirúrgica e um aumento da capacidade de preservação de estruturas e o uso abordagens minimamente invasivas para o Tratamento Cirúrgico do Câncer, sem haver prejuízo nos índices de cura dos pacientes.
Outro benefício disso se dá pela diminuição da morbidade (defeitos ou sequelas) em virtude de ser possível realizar a preservação de estruturas que antigamente seriam retiradas a fim de se atingir uma "radicalidade oncológica" necessária.
Clipagem e Secção dos Vasos Ileocecocólicos em uma
Colectomia Direita Extendida por Videolaparoscopia
Dr. Vinicius Negri | Dr. Pedro Janz
Tipos de Cirurgia Oncológica:
Cirurgia Curativa: Envolve a remoção completa do tumor maligno, sem que haja doença metastática associada. Deve seguir princípios adequados de margens livres e uma linfadenectomia adequada para o correto estadiamento da doença do paciente. Pode necessitar de complementação com diferentes modalidades de tratamento, como quimio e/ou radioterapia, para eliminar possíveis células microscópicas residuais.
Cirurgia Preventiva: Usada para evitar que ocorra o câncer. Pacientes com história de doença polipóide podem ter pólipos pré-cancerosos ressecados por Colonoscopia antes que malignizem. Mulheres com alto risco para Câncer de Mama Hereditário podem realizar também a Mastectomia Bilateral profilática
Cirurgia Reconstrutiva: Pode ser realizada no mesmo tempo cirúrgico de um procedimento oncológico padrão, porém em alguns casos, de acordo com o perfil e co-morbidades do paciente, pode e deve ser protelado para outro momento em que o mesmo reuna condições para isso. Englobam diversas áreas da cirurgia oncológica, como por exemplo as mastectomias, orquiectomias e cirurgias de cabeça e pescoço que demandam grandes defeitos cervico-faciais.
Cirurgia Estadiadora: Serve para determinar a extensão da doença e se possível ainda colher material para biópsia. Existem certos procedimentos estadiadores que envolvem ressecção radical oncológica que norteará terapias complementares tais como a Quimioterapia nos tumores de Endométrio e Ovário.
Cirurgia de Suporte: Ajuda outros tratamentos oncológicos, como por exemplo, cateteres para realização de Quimioterapia.
Cirurgia Paliativa: Usada para melhorar a qualidade de vida do paciente, com intuitos diversos como alívio da dor, parada de sangramento, restituição de via alimentar, entre outros. Não envolve o tratamento propriamente dito da lesão tumoral.